sábado, 26 de outubro de 2013

A Mulher Perfeita




E é com um estilete bem afiado que Eliot remove aquela pele macia, aquele rosto que por tantas vezes enlouqueceu, enamorou homens de todas as classes sociais. Eliot finca o objeto pontiagudo na cabeça de Rose, mulher de beleza natural, a mais linda da sociedade medieval, e dividi, separa aquela face, corta meticulosamente fazendo espirrar sangue por sua bata. Aquela face, antes feliz, orgulhosa por sua beleza, se torna frígida, perde-se a sua expressão, porém a sua beleza continua intacta. Eliot precisa apenas daquela fina camada, Eliot quer apenas a sua face. O resto Eliot jogará no rio de cor rubra. Não lhe interessa. O resto ele trata como um lixo.

As pernas detalhadamente torneadas de Margareth sempre hipnotizaram o contemplador de beleza Eliot. Porém aquela beleza lhe era única. Eliot só tinha olhos para aquelas pernas. Brilhavam, encantavam. Para retirar aquelas lindas pernas de Margareth, Eliot afiou um facão por semanas. Ela deveria estar bem afiada, pois só precisava de um golpe. Aquele golpe teria de ser um pouco acima da cintura, com exatidão em cima de seu umbigo, onde os ossos são mais frágeis, mais simples de se partirem. Aquele golpe dividiria Margareth em dois. O que Eliot precisava era apenas de suas pernas, e nada mais. Pare ele, o resto era lixo. Partiu-a. Com uma pequena serra, Eliot excluiu aquele sexo feminino e também lhe joga no rio. Detalhou as pernas e o guardou junto com a camada fina da face de Rose.

Os seios rosados de Julie eram excitantes. Mamilos perfeitos. Na verdade Eliot se apaixonou por quase tudo de Julie. Seus cabelos, seus braços, sua barriga e suas nádegas. Eliot desferiu um golpe tão forte na cabeça de Julie, que esta caiu desfalecida no chão úmido de sangue. Cortou os pulsos e puxou a pele de Julie. Eliot teve muito trabalho com esta. Precisava de toda esta região e lhe foi puxando sem descascar. Assim como se tira um coro de animal, assim Eliot puxou a pele da moça. A macabra cena foi encerrada com um golpe de facão na têmpora da moça. Eliot, como dito antes, precisava dos cabelos de Julie. Assim, o coro cabeludo foi retirado, e Eliot jogou o resto no rio, pois nada mais lhe aprazia.

Eliot adorou a filha do reverendo, e sabia, indubitavelmente, que a moça era virgem. Precisava daquela vagina. Eliot não teve tanto trabalho assim: perfurou com uma enorme agulha aquela cavidade e lhe tirou cuidadosamente, sem lhe corromper. Pronto! Eliot tinha aquela pureza em suas mãos.

Estava quase tudo pronto. Ninguém diria que aquele ser estava remendado. Era uma beleza sem igual, a mulher mais perfeita já feita, só lhe faltava uma vida. Mas para se ter uma vida, precisa-se de um coração e 
Eliot não encontrou este perfeito coração. E Eliot havia se esquecido deste pequeno, e ao mesmo tempo, grande detalhe.

Infelizmente Eliot não encontrou aquele coração, porém o procurou até os últimos momentos de sua vida, pois sabia que existia.

Por Patrik Santos

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