Eu estava a varrer o hospital. Já era de madrugada,
aproximadamente uma e meia da manhã. Foi quando entrou no hospital um casal
pedindo urgência, pois a mulher estava prestes a ter um filho. Não sou um cara
preconceituoso do tipo que julga as pessoas pelo o modo de se vestir, de se
tatuar, se furar, ou até mesmo de se drogar; mas por aquele casal eu tive uma
leve desconfiança de que eles não eram gente do bem.
Rapidamente dirigiram a moça para a sala do parto, e o homem
acompanhou a sua mulher com um cigarro em sua boca.
- Sinto muito, mas você não pode entrar fumando aqui. –
Disse uma enfermeira.
- Por que, porra? – Indagou o homem.
- Porque simplesmente são regras, meu querido. – Disse a
enfermeira num tom imperativo.
Ele jogou então o cigarro no chão e o pisou. Ao entrar na
sala do parto, bafejou aquela fumaça toda que havia inalado. A enfermeira quis
falar algo, mas o médico lhe olhou como que dizendo: deixa pra lá; então ela se
acalmou.
A mulher que estava parindo, estava com sinais de embriaguez,
e o médico lhe advertiu dizendo que ela não deveria ingerir bebidas alcoólicas e
muito menos fumar durante a sua gestação. A mulher deu de ombros; mas não se
conteve, pois parecia odiar advertências; então disse:
- Você está aqui pra tirar este moleque ou fazer sermões? Já
não basta a galinha da minha sogra pra emputecer
a minha paciência.
O seu parceiro riu, mas novamente a enfermeira lhe olhou com
uma cara que este, então, se calou.
Eu adorava presenciar partos. Era uma satisfação contemplar novas vidas chegando ao nosso mundo. Eu estava dentro da sala, fazendo uma horinha, e então assisti toda aquela cena.
O médico fez então o parto. A mulher chorava e ria ao mesmo
tempo. O homem, agora, estava bastante ansioso para ver o seu primeiro filho a
nascer, e então acendeu um cigarro. O médico foi puxando a criança, foi puxando;
foi quando ela saiu; e quando saiu todos ficaram chocados com aquela cena, pois
a criança estava toda deformada, suas mãos estavam atrofiadas, os dedos estavam
todos tortos, suas pernas como a de um camaleão e seu rosto todo escuro devido
a fumaça inalada pela a mãe. A mãe e o pai olharam horrorizados para o filho e
disseram:
- Que desgraça é essa!
- Credo! Que nenê feio. – Disse o pai.
O nenê olhou para os pais, com os olhos cheios d´agua, e
disse:
- Feio são vocês. Feio é o mundo.
Dizendo isso, o nenê recém nascido caiu nos braços do médico
e veio a falecer instantaneamente. Talvez por ter sido desprezado pelos os seus
próprios “pais”.
Patrik, hoje estou passando para lhe convidar a conhecer e acompanhar este espaço onde estou postando junto com outros amigos.
ResponderExcluirAguardo sua visita, pois é um lugar de excelente qualidade e bom gosto.
http://refugio-origens.blogspot.com
Obg, Malu! já estou dentro.
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