O sonho de Juliana foi chocante. De difícil superação. Como podia um sonho ser tão cruel assim com
uma criança! Um pesadelo cruel e insano.
Muitas vezes
sonhamos com acontecimentos que tivemos durante o dia. E assim foi a de Juliana.
Após sua
mãe ter lhe posto de castigo no quarto, ela levou seu quebra cabeça junto. E
lá, começou a tentar terminar o que tinha começado na sala. Realmente estava
difícil de montar aquele jogo. Mas com o desdobramento de sua insistência
começou a encaixar as peças corretamente. Cada peça que mexia lhe deixava mais
confusa no que aquilo representava. Ela não viu a imagem, não sabia o que iria
montar. Gostava do suspense. Começou a desvendar a imagem, e tudo que sabia era
que se acontecia numa sala de um antigo casarão.
Peça vai, peça vem. Achou um homem. Parecia o
único da imagem. Montou uma cadeira, uma sala, uma corda. Um homem, uma cadeira,
uma corda? Aquilo a confundiu ainda mais. O cenário da imagem fazia lembrar um
pouco seu novo lar, seu apartamento era idêntico ao da imagem, apenas os móveis
diferenciavam com o do seu. Faltava pouco. Tudo já estava montadinho. Faltava a
parte que desvendava o rosto do homem. Na próxima peça viu que se tratava de um
enforcamento. Foi até a porta de seu
quarto e olhou para os dois lados do corredor e então trancou a porta. Seu coração
batia intensamente, suas mãos molhadas e seu rosto pálido lhe aparentavam um
iminente desmaio. Na ultima peça colocou o rosto de um homem que para a sua
angústia era o do seu pai.
Por Patrik Santos
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