domingo, 27 de abril de 2014

Pesadelos De Uma Família III




Rodrigo sonhou  que estava deitado em sua cama e, como de costume, colocava o lençol cobrindo todo o seu corpo  incluindo a cabeça. Fechava os olhos na esperança de dormir e numa dessas fechadas se deparou com um homem por cima de si. Não conseguia decifrar quem era, mas tinha certeza de que não era o seu pai. Este ser ficava sentado na beira da cama no seu lado esquerdo, encarando-o.  Não tirava os olhos de Rodrigo. Fitava-o ávido, procurava algum interesse. Rodrigo ficou imóvel na cama. Os pés, as mãos, a barriga, tudo quanto era lugar do seu corpo pedia para ser coçado. Mas Rodrigo continuava imóvel. Pensou em gritar por seu pai, mas temia aquele homem fixando-o os olhos. Temia que o estrangulasse ou o enfiasse algum objeto pontiagudo em sua barriga, estava soando horrores o pobre garoto. Olhou para o lado, mas sem balançar a cabeça, e viu outro homem, este do lado de sua irmã. E agora? O que fazer? Encarar o homem e chamar pelo seu pai? Ou fechar os olhos e esperar aquele homem ir embora? Ele fechou os olhos e rezou para Deus desesperadamente. Leu em algum livro que Deus amava as crianças. Provavelmente Deus o acudiria desta situação aterrorizadora. O homem olhou para o outro que fitava Juliana e se comunicaram planejando algo. O que se encontrava ao lado de Juliana foi embora levando ela. Carregou até a janela e a levou para de fora de casa. Um rapto? Provavelmente. O algoz de Rodrigo continuava olhando para ele. Talvez o objetivo dele seria apenas se livrar do garoto. Apenas se livrar? Mata-lo?  Rodrigo começou a fazer menção de que estava se despertando. Balançava os pés fracamente e suspirava, fez aquilo para quem sabe inibir o insano e faze-lo ir embora. Mas o espectro não se abalou e segurou forte os pés de Rodrigo fazendo-o se contorcer de medo.  Rodrigo tomou coragem e deu um forte grito chamando sua mãe, mas, o grito não foi o suficiente para chama-los atenção, e o temido homem tapou a boca do garoto sobre o lençol e tentou asfixiar o menino que gemia de sofrimento. Rodrigo começou a orar suplicantemente para Deus o acudir nesta hora tão sofrível de sua vida. E parece que Deus lhe foi benévolo. Acudiu-lhe, o homem saiu do seu lado e começou a andar com passos lentos em direção à janela. E a sua irmã? Que fim teria dado ela?  Apareceu logo depois com uma faca tentando cortar Rodrigo que continuou fazendo a sua oração para Deus. Orou, orou e viu a sua irmã sumindo feito um fantasma.

Por Patrik Santos

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