segunda-feira, 15 de abril de 2013

A Intrigante Lenda do Boto




 A história que será contada aqui relata um caso de sumiço de várias garotinhas em um interior do norte do Brasil. O alvo principal do sequestrador era meninas entre dezesseis e dezoito anos.

Apesar de ser um conto popular, pois as moças nunca voltavam para detalhar e afirmar o fato, tudo que será contado aqui jamais poderá ser questionado e averiguado. Caso você questione, o pior pode acontecer com você; e caso você queira, por uma impertinente intriga que lhe apossua, averiguar o caso, você será mais uma vítima do homem da camisa e chapéu cor de rosa.
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Interior do Pará. 1923.

Maria, filha de dona Lucinéia, era a mais nova das cinco irmãs. Adorava um baile e uma festa de São João. Era conhecida como a namoradeira da cidade. De fato, a menina era demasiada linda. Possuía um lindo cabelo encaracolado que cobria a sua face vermelha como a cor do jambo. Todos os homens da cidade já lhe haviam pedido em casamento, porém a moça negava ao pedido de todos. Dizia que era jovem demais para se casar, e de fato era.

No entanto, havia um jovem que jamais lhe havia pedido em casamento por ser demasiado tímido. O jovem chamava-se Francisco, mais conhecido como Chico da Carroça. Este daria até a sua vida pela a linda Maria.

No dia de São João, comemorado do dia 24 de junho, houve uma pequena festa na cidade que ficou marcado para sempre.

No aglomerado de pessoas que dançavam e curtiam as músicas de São João, Maria enxergou um lindo jovem que apreciava uma fogueira que estava montada bem no núcleo da festa. De súbito, Maria se apaixonou pelo o rapaz que estava vestido de rosa e possuía um chapéu da mesma cor que a roupa. O homem percebeu que estava sendo encarado por alguém. Diretamente seus olhos se dirigiram para a moça que se assustou com o relance do rapaz. Este lhe fez um aceno e seu aceno lhe foi bem correspondido, pois a moça se dirigiu na direção do rapaz.

Conversaram por uns instantes e logo se afastaram da multidão.

- Você quer ir para um lugar mais calmo, minha deusa? – Perguntou ele.

- Sim. – Disse ela.

Porém, os dois não sabiam que estavam sendo avistado pelo o jovem Chico da Carroça. Este os perseguiu.

Um ciúme inaudito tomou conta do rapaz. O jovem, que segurava a mão da moça era, de fato, um príncipe perto do humilde e rústico Chico da Carroça.

Maria e o estranho homem dirigiam-se para um rio que se localiza ao norte da cidade.

- O que será que ele quer comigo? – Perguntou-se a moça. – Vou até o fim com isso. Ele vale a pena. Deve ser endinheirado.

Cruzaram um caminho nunca antes transitado. A mata virgem soltava seu odor por nunca serem pisoteadas. A escuridão era a única vista dos dois.

A paixão de Maria oscilou por uns instantes, mas assim que eles chegaram no rio, o homem deu um beijo que lhe tirou todo o receio de lhe seguir. Maria, por conselhos de sua mãe e do povo supersticioso, por diversas vezes tinha tentado tirar o chapéu do moço, mas este sempre lhe repelia.

Durante o longo beijo do casal, Chico da Carroça apareceu e teve uma reação que nem ele mesmo esperava. Gritou desesperadamente o seguinte:

- Você nem conhece ele, Maria! Cuidado!

- Égua, moleque. Cai fora daqui! – Disse Maria.

Chico da Carroça se sentiu desprezado pela a moça. Afastou-se por uns metros, mas uma intuição lhe pedia para voltar.

Ao se aproximar novamente do rio, Chico da Carroça vislumbrou uma cena terrível:

O estranho homem começou a sofrer uma mutação que Chico da Carroça denominou como demoníaca. As vestes do homem foram todas rasgadas e seu corpo possuía uma massa lisa e pastosa. Sua cabeça ficou do formato de um golfinho e seus membros superiores e inferiores viraram barbatanas. Maria gritou desesperadamente, porém tarde demais, pois o animal a havia levado para o fundo do rio para de lá nunca mais voltar.

Chico da Carroça correu para salvar a sua amada, porém foi tarde demais.


Por Patrik Santos













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